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Sobre o Exercício da Psicologia em Tempos de Ódio

Atualizado: 26 de dez. de 2022

Se preferir, você também pode ouvir essa postagem em formato de áudio:

A Psicologia é uma profissão como qualquer outra, mas, ao mesmo tempo, diferencia-se de todas as demais. Essa diferença se impõe, primeiramente, na caracterização de sua própria atividade. Exercer a Psicologia é sinônimo de exercer o contato humano. Em um tempo em que a técnica atinge seu ápice, com o risco de substituição do homem pela máquina em diversos campos profissionais, a Psicologia parece um oásis. Uma pequena ilha em um grande oceano, um refúgio na forma de uma ocupação em que dificilmente a máquina pode se sobressair.


Trabalhar no campo da Psicologia significa expandir suas fronteiras e abrir-se para o contato com o humano, incluídas as vicissitudes inerentes à lida com o humano. Em meio a um tempo de exacerbação do ódio em suas diversas formas de manifestação, como o preconceito, a homofobia, o racismo, o capacitismo e a xenofobia, faz-se necessário defender uma Psicologia mais humana.


Para que a Psicologia seja mais humana, devemos apostar no amor em contraposição ao ódio. Já em 1847 Kierkegaard publicou um texto importante, que serve de referência para essa questão, intitulado As Obras do Amor. Nesse texto, Kierkegaard argumenta que o amor deve ser medido por seus frutos, e não por suas virtudes abstratas. Para ele, seria necessário o exercício do contato e do amor com o primeiro Tu, em contraposição ao segundo Eu. Lidar com o segundo Eu é projetar a si-mesmo, importando apenas a similaridade com o outro. Essa seria uma forma menor do amor, porque ainda se trata apenas de um amor a si mesmo e a seus iguais. Amar ao primeiro Tu significa abrir-se para a diferença. Ludwig Binswanger foi um dos primeiros autores da Psicologia e da Psiquiatria a notar a importância do amor como fundamento para o exercício do cuidado. Ele tematizou essa questão em sua obra Formas Fundamentais e Conhecimento da Existência Humana, livro publicado na Alemanha em 1942 e ainda sem tradução para o português. Observando a data de publicação da obra, constatamos, infelizmente, que a palavra de Binswanger não exerceu influência suficiente no contexto cultural alemão, a ponto de evitar a catástrofe que estava em curso.


No Brasil de 2022, resgatar o amor como fundamento para a prática da Psicologia e de qualquer outra atividade é um movimento de resistência necessário. Junte-se a nós na busca por uma Psicologia mais humana! Faça parte de nossa comunidade, estabeleça um diálogo, e nos ajude a construir uma Psicologia ética e compromissada.



 
 
 

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